Hélia Correia recebeu, nos últimos dias, dois prémios literários: o Prémio Casino da Póvoa/Correntes d'Escritas, com o livro A Terceira Miséria, e o Prémio Vergílio Ferreira, com o romance Adoecer (este texto recebeu também o Prémio Literário Fundação Inês de Castro 2011).
Há uns anos atrás, numa sala da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, ouvi Hélia Correia a falar sobre a tragédia grega. A autora fora convidada por Almeida Faria, docente da disciplina Estética - Estudos Aprofundados. A empatia tem de ser imediata para quem quer que oiça - ou leia - esta escritora. A poesia enche cada palavra, vela o texto falado ou escrito, conferindo-lhe uma aura de mistério, na qual a poesia e a vida se fundem numa sizígia estelar.
Penso que Hélia Correia, bem como Maria Gabriela Llansol, merecem mais reconhecimento do que aquele que lhes tem sido dado. As suas obras são únicas e é esta unicidade que atribui, ao texto, uma vida que pulsa nas palavras e deslumbra em cada frase ou verso. Esta característica, bem como tantas outras, fazem com que estes textos não se extingam num instante, num momento comercialmente efémero. Melhor do que os prémios é a leitura.
A sugestão que fica é que se leia estes dois livros.
Hélia Correia
A Terceira Miséria
Relógio D'Água
2012
Hélia Correia
Adoecer
Relógio D'Água
2010
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