Estamos progressivamente a perder a noção de saber de cor. Deduzimos que este conceito assentava apenas num esforço mnemónico, mas ignorámos que o saber de cor indica uma sabedoria apreendida pelo coração, tal como a etimologia latina indica. Esta forma de saber adquire um carácter gnoseológico, no sentido da verdadeira gnose, ou seja, um conhecimento elevado e intimista, uma sabedoria superior alcançada por intermédio do intelecto, da inteligência ou da intuição. É um processo noético, uma viagem, um itinerário entre a alma e a sabedoria.
O ser humano perdeu esta capacidade de saber com o coração, de sentir, em todo o seu ser, a sabedoria. Na sociedade contemporânea, a sabedoria deu lugar à técnica e esta não se adquire mediante um saber de cor, mas sim através de uma lógica funcional e utilitária. A Sabedoria e o saber de cor precisam de renascer. O humano carece de valores que o elevem e que o afastem do abismo da mediocridade e da ignorância.
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