Vivemos numa sociedade que adora o concreto, o evidente, mesmo que seja só uma aparência de certeza. Não existe um espaço suficiente para a especulação e para a demanda de uma ideia, isto porque não sabemos aquilo que procuramos, deixamos que tudo venha ter connosco. Gostamos de axiomas, previamente estabelecidos, e evitamos o caminho que vai do enigma à revelação, essa maravilhosa descoberta que é o indefinido, o indeterminado, a verdadeira origem da realidade. Consideramos a técnica como certa e a ciência como absoluta e vivemos com tudo padronizado, com tudo estabelecido. Perdemos a capacidade de questionar e de duvidar. Preferimos aquilo é cómodo, que não muda. Porém, só quando o elemento indeterminado regressar às nossas vidas é que podemos saber quem verdadeiramente somos.
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