A Ignorância é o pior dos males, espalha-se como uma doença e persiste como uma epidemia. No entanto, temos de distinguir entre a ignorância passiva e a ignorância activa.
A primeira existe porque a um determinado ser humano não foram dadas as condições essenciais para o seu desenvolvimento, para o crescimento da sua esfera de conhecimentos, quer seja por condicionamentos pessoais, ou por vicissitudes externas. A segunda resulta de uma vontade consciente e deliberada de permanecer na ignorância. Esta, infelizmente, é a tipologia que mais se alastra, chegando até a fazer propaganda do seu estágio habilmente cultivado.
O primeiro tipo de ignorância resolve-se, ou minimiza-se, com uma acesso universal à cultura e ao conhecimento, o que só é possível com uma melhoria das condições económico-sociais. Engana-se quem pensa que é no seio da pobreza que um cidadão pode alcançar todo o seu potencial. Numa sociedade subdesenvolvida, com grandes carências democráticas, a ignorância e o seu fomento são imperativos.
Já o segundo tipo é muito difícil de extrair de uma sociedade, pois este está entranhado nas vísceras da civilização. Nesta patologia, sim porque é disso que se trata, existe um problema da vontade, uma doença do espírito e uma atrofia do ser. Esta enfermidade humana apela para mediocridade e assenta numa total e radical anulação da potencialidade humana. A ignorância activa faz-nos repensar o humano e duvidar da nossa real natureza.
Porém, sem a sabedoria como fim, nem animais conseguimos ser.
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