A facto de Portugal ter vivido, durante longas décadas, mergulhado numa ditadura fez com que muitos dos portugueses não sejam capazes de ultrapassar o complexo do salvador da pátria, do arauto idealizado. Vemos, por toda a parte, esse fascínio que é próprio de um regime totalitário. Elegem-se, de uma forma quase aleatória, todos os tipos de arautos. Temos figuras dos media elevadas a um patamar sobre-humano. Temos as opiniões dos comentadores políticos e económicos que se constituem como dogmas orientadores de uma forma não-crítica de consciência. Temos políticos que, em certos momentos da história actual, se afirmam como timoneiros dos destinos deste país. E a maioria dos portugueses o que fazem? Deixam-se levar por esta forma de apatia. É melhor ter outros a decidir por nós. São estes os resquícios de um vento bafiento que nos arrasta para trás. Portugal ainda tem um longo caminho pela frente para conseguir consolidar a democracia. Uma consciência crítica é a única coisa que nos pode salvar nestes tempos sombrios.
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