Pierre-Auguste Renoir, Uma Mulher a Ler, 1876. Paris: Museu de Orsay.
Ali, arde a substância onde Ana está ensinando a ler a Myriam, Ana sentada numa cadeira, com o livro aberto no colo, Myriam de pé, a olhar um dos primeiros textos, "que é um cavalo que vai saltar". Está sendo beijada na boca pelas letras, e inclina a cabeça para trás, pois a seta da clemência atravessou-lhe o vestido. "Quem for clemente, lê". Se a linguagem, segundo diz Ana, for apreendida na visão, ela, no fim, tirará da estante ardente a chave da leitura, e metê-la-á no bolso de Myriam.
Maria Gabriela Llansol, Um Beijo dado mais Tarde, p. 56. Lisboa: Edições Rolim, 1990.
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